sexta-feira, 26 de abril de 2013

Atentado 11 de Setembro

EUA: o atentado de 11 de setembro

Em 11 de setembro de 2001, o maior atentado terrorista da História destruiu as torres gêmeas do WorldTrade Center, em Nova York, e o edifício do Pentágono, em Washington.
Aviões civis seqüestrados foram utilizados para atingir os alvos. Mais de 3000 pessoas morreram nos ataques.
Acredita-se que Nova York foi escolhida por causa da repercussão do ataque: as torres do World Trade Center eram um símbolo do poderio americano, reunindo corretoras de valores e empresas nacionais e estrangeiras, e reuniam numa pequena área uma grande concentração de pessoas.
Os ataques de 11 de setembro mostraram que a ameaça não está apenas em bombas químicas ou atômicas, mas em ações surpreendentes de terroristas suicidas. O presidente George W. Bush acreditava poder proteger o país instalando um escudo antimíssil.
A organização responsável pelos ataques foi a Al Qaeda (organização islâmica radical), liderada pelo milionário saudita Osama Bin Laden.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou na ocasião que os terroristas seriam encontrados e entregues à justiça. Declarou também que as nações que apóiam e protegem os terroristas poderiam sofrer represálias.
Apoiados pela maior parte da comunidade internacional, os Estados Unidos iniciaram em 7 de outubro os bombardeios ao Afeganistão, país que abrigavaOsama Bin Laden e era governado por uma milícia islâmica radical, o "Talibã".
25/06/07

Conflito entre Judeus e Palestinos

O Conflito entre Israelenses e Palestinos

A região da Palestina, no Oriente Médio, disputada por israelenses e palestinos, povos que têm a mesma origem étnica, é um dos maiores impasses da atualidade. Conflitos, atentados e várias tentativas de paz fazem parte do cenário da região nos últimos 50 anos.
A Palestina é uma estreita faixa de terra, desértica, sem petróleo e sem recursos minerais estratégicos. Os hebreus, povo do qual descendem os judeus, foram os primeiros a habitar a região (cerca de 2000 a.C.). Durante muito tempo, a região devido à sua posição estratégica, serviu de passagem entre Europa, África e Ásia e esteve sob o domínio de diversos povos, assírios, babilônios, gregos, romanos, árabes, turcos e ingleses.
Os judeus foram expulsos da Palestina pelos romanos que os dominaram. Passaram então a viver espalhados por várias regiões do mundo. Embora dispersos pelo mundo, os judeus preservaram uma profunda consciência nacional e conservaram suas tradições religiosas e seus costumes.
Com o fim do Império Romano e a criação do Islamismo, no século VII, a Palestina passou a ser dominada pelos árabes. O povo palestino lá permaneceu mesmo sem formar um país. Entre 1517 e 1917, fizeram parte do Império Otomano e durante a Primeira Guerra Mundial passaram para o controle dos ingleses.  
Com a fundação do movimento sionista em 1897, que propunha o retorno dos judeus à Palestina, milhares emigraram para a área do Império Turco-Otomano. Mas a região permaneceu sob o domínio inglês até o final da Segunda Guerra Mundial.
Em 1947, uma resolução da ONU propôs a divisão da Palestina em dois Estados: um judeu (Israel) e outro árabe-palestino.
Em 14 de maio de 1948, Bem Gurion proclamou a criação do Estado de Israel.
Primeira Guerra Árabe-Isralense. Os árabes palestinos não aceitaram a partilha e atacaram Israel. Os israelenses venceram a guerra e anexaram territórios palestinos previstos pela ONU. A partir daí, o conflito entre Israel e árabes, especialmente os palestinos, tornou-se constante.  
Organização para a Libertação da Palestina. Em 1964, líderes de países árabes fundaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) liderada por Yasser Arafat. A OLP é uma organização política e militar formada com a finalidade de unir os grupos palestinos em oposição à presença israelense no antigo território da Palestina.
Guerra dos Seis Dias. Em 1967, Egito, Síria e Jordânia atacam Israel, que reage com um ataque-relâmpago e vence em seis dias os três exércitos e conquista a Faixa de Gaza, o Sinai, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
Guerra do Yom Kippur. Em 6 de outubro de 1973, forças do Egito e da Síria lançam um ataque-surpresa contra Israel, no dia do feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão). O exército israelense, porém, contra-ataca. Os países árabes produtores de petróleo ameaçam o Ocidente com um boicote aos países que apoiaram Israel, provocando a alta dos preços do petróleo e uma crise econômica de repercussão mundial.
Acordos de paz. Com os acordos de Camp David, nos Estados Unidos, assinados pelo presidente egípcio Anuar Sadat e o primeiro-ministro israelense Menahen Begin entre 1978 e 1979, o Egito torna-se o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel. Esses acordos estabeleciam a devolução da península do Sinai ao Egito e o reconhecimento, por parte do Egito, do Estado de Israel. Como conseqüência o Egito é expulso da Liga Árabe.
Em 13 de setembro de 1993, com a intervenção norte-americana, o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin e o líder palestino Yasser Arafat, líder da OLP, formalizaram um acordo de paz. Israel e a OLP se reconheceram mutuamente e foi aprovado um plano para a retirada de tropas israelenses, a devolução de áreas ocupadas e a transferência do poder à Autoridade Nacional Palestina. Os acordos possibilitaram o regresso dos refugiados palestinos. Em 1994, os palestinos obtiveram uma autonomia limitada nos territórios de Gaza e Jericó.
Defensor de planos de paz para a região, Yitzhak Rabin dividiu, em 1994, o Prêmio Nobel da Paz com Yasser Arafat. Em novembro de 1995, Yigal Amir, um judeu radical, assassina, em Tel-Aviv, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, durante uma manifestação pacifista.
Com a morte de Rabin, Shimon Peres assume o cargo de primeiro-ministro, seguido de Benjamin Netanyahu, em 1996, que interrompeu as negociações de paz. O primeiro-ministro Ehud Barak retomou as negociações com os palestinos, mas não obteve êxito.
Em janeiro de 1996, nas primeiras eleições gerais da Palestina, Yasser Arafat é eleito para a presidência do Autogoverno Interino Palestino, na Faixa de Gaza e Cisjordânia.
 Em 1998, após acordos de paz, Israel entregou porções de terra aos palestinos.
 Em 2002, forças israelenses cercam Arafat na Mugata, após uma série de ataques terroristas em Israel. Proibido por Israel de deixar a Mugata (Quartel General), Arafat ficou confinado até o ano de sua morte em novembro de 2004.  
 
 A retirada unilateral de Gaza em 2005 (a decisão de retirar os colonos judeus de territórios palestinos partiu de Ariel Sharon) que significou o fim de 21 assentamentos, não abrandou o conflito. A violenta disputa entre facções palestinas desde a eleição do grupo radical Hamas, em 2006, e os foguetes disparados diariamente de Gaza contra Israel ajudaram a engavetar a proposta de retirada também da Cisjordânia.
 Os destinos da região continuam incertos. Se os palestinos já conquistaram a autonomia em algumas cidades da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, ainda não têm um Estado independente e soberano.
06/10/07

Barack Obama

Barack Obama

Barack Obama, eleito 44° Presidente dos Estados Unidos, pelo Partido Democrata, tomou posse em 20 de janeiro de 2009. Sucedendo o republicano George W. Bush, herda um país em grave crise econômica e financeira e em guerra. 
Mandato: 20 de janeiro de 2009 até 20 de janeiro de 2013.
Vice-presidente: Joe Biden (Joseph Robinette Biden, Jr., senador dos EUA pelo Estado de Delaware).
Perfil
  Obama foi o primeiro negro a concorrer à presidência dos Estados Unidos.
Considerado um líder carismático e com um perfil não convencional, para um candidato à presidência dos EUA, conduziu a campanha com o lema "Sim, nós podemos" (Yes, we can).
  Afro-americano, de descendência muçulmana (converteu-se ao cristianismo e é membro  da Igreja Batista de Trindade Unida em Cristo, em Chicago).
  Barack Hussein Obama II nasceu na ilha de Honolulu, no estado do Havaí em 4 de agosto de 1961. Filho de Barack Hussein Obama, um economista queniano e da antropóloga, Ann Dunham, de Wichita, no Estado do Kansas. Seus pais se conheceram quando estudavam na Universidade do Havaí, em Manoa. Após a separação dos pais, quando Obama estava com dois anos de idade, seu pai retornou ao Quênia, e sua mãe casou-se com o indonésio Lolo Soetoro, indo viver em Jacarta na Indonésia, onde Obama viveu até os dez anos de idade. Retornou à Honolulu para morar com seus avós maternos e continuar seus estudos. Permaneceu no Havaí, até os 18 anos. Em sua biografia ("Dreams from my father: A story of Race and Inheritance"), relata ter vivido um período conturbado, em que consumia álcool e drogas, enquanto frequentava a escola.
  Formou-se em Ciências Políticas pela Universidade de Colúmbia em Nova Iorque, para depois cursar Direito na Universidade de Harvard, graduando-se em 1991. Foi o primeiro afro-americano a ser presidente da prestigiada Harvard Law Review (Revista de Direito de Harvard). Foi em Harvard que Obama conheceu sua mulher, Michelle Robinson, com quem se casou em 1992. Obama e Michelle têm duas filhas, Malia e Sasha.
  Fez sua carreira política em Chicago, Illinois, atuando como líder comunitário e como advogado na defesa de direitos civis. Em 1996, foi eleito ao senado de Illinois, mandato para o qual foi reeleito em 2000. Em 2004, foi eleito senador dos Estados Unidos pelo Estado de Illinois.
  Entre 1992 e 2004, foi professor de Direito Constitucional na escola de direito da Universidade de Chicago.
  Como membro da minoria democrata (entre 2005 e 2007), ajudou a criar leis para controlar o uso de armas de fogo e para promover maior controle público sobre o uso de recursos federais. Realizou viagens oficiais para o leste europeu, o oriente médio e à África. Como senador, na atual legislatura, contribuiu para a adoção de leis que tratam de fraude eleitoral, da atuação de lobistas, mudança climática, terrorismo nuclear e assistência para militares americanos após o período de serviços.
Campanha
  Em 10 de fevereiro de 2007, anunciou oficialmente a sua candidatura à nomeação democrata para as eleições presidenciais norte-americanas. Senador por Illinois em seu primeiro mandato, era pouco conhecido em comparação com a ex-primeira-dama Hillary Clinton, também candidata pelo Partido Democrata.
  Durante a campanha Obama, enfrentou boatos e desconfianças por sua origem muçulmana e por falta de experiência. Ganhou popularidade ao longo da campanha e foi o candidato que melhor soube utilizar as ferramentas da internet. Com a internet, o democrata foi o candidato que mais arrecadou dinheiro na história dos Estados Unidos.
  Em 28 de agosto de 2008, Obama foi nomeado oficialmente para concorrer à Casa Branca contra o republicano John McCain, na Convenção do Partido Democrata.
  Em 4 de novembro de 2008, Obama foi eleito o 44° presidente dos Estados Unidos da América, vencendo John McCain, por uma diferença de 52% a 47% no total de votos.
  Em discurso afirmou: "Nós sabemos que os desafios que os desafios que o amanhã vai nos trazer são enormes: duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise econômica em quase um século. O caminho vai ser longo e não atingiremos nossos objetivos em um ano, nem mesmo em um mandato. Mas eu nunca estive mais esperançoso do que estou esta noite. Eu prometo a vocês, nós, como povo, chegaremos lá".
Propostas
  Retirada gradual das tropas norte-americanas do Iraque e ajuda financeira para refugiados iraquianos.
  Defende focar a estratégia militar dos EUA no Afeganistão.
  Fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba.
  Defende a legalização dos 12 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente, nos EUA.
  Propõe a universalização dos serviços de assistência médica dos EUA.
  É favorável a legalização do aborto e à união civil entre homossexuais.
  Defende mudanças na política atual dos EUA, em relação aos problemas climáticos.  Propõe instituir um "mercado de carbono" para reduzir as emissões dos EUA em 80% até 2050. O uso de combustíveis alternativos e limitação de emissões em automóveis.
20/01/09


Eleição de Dilma Rouseff

A Eleição de Dilma Rousseff

A economista Dilma Vana Rousseff, eleita presidente do Brasil, no segundo turno em 31 de outubro de 2010, é a 36ª presidente da República e a primeira mulher a ocupar o cargo na história do Brasil. Na América Latina, Dilma é 11ª mulher a ocupar o cargo de presidente.
 Vencedora numa campanha difícil, marcada por escândalos, ataques pessoais, boatos na internet e debates religiosos. Obteve 56,05% dos votos válidos contra seu adversário José Serra (PSDB), que obteve 43,95% dos votos.
 Nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 14 de dezembro de 1947 é filha de um imigrante búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva.
 Após o Golpe Militar de 1964, Dilma passou a integrar movimentos de luta armada de esquerda. Integrou organizações de combate à ditadura como o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (Var-Palmares) no final dos anos 60 e início dos anos 70. Como militante política foi presa e sofreu tortura física. Dilma deixou a prisão no final de 1972, quando abandonou a luta armada.
Mais tarde participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), de Leonel Brizola e exerceu cargos políticos em governos no Rio Grande do Sul. Em 2001 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), e a partir de 2002, no governo Lula, foi secretária de Minas e Energia, depois ministra de Minas e Energia (2003-2005). Com o escândalo do Mensalão, em 2005, e a consequente queda do então chefe da Casa Civil José Dirceu, passou a ocupar o cargo de ministra-chefe da Casa Civil.
 Escolhida por Lula como candidata a presidente, Dilma enfrentou um câncer linfático em 2009, no momento em já era apontada como candidata do PT à Presidência.
 Na campanha contou com o apoio do presidente Lula e da coligação que obteve o apoio do PMDB, a candidata cresceu nas pesquisas, alcançando cerca de 50% das intenções de voto. No segundo turno, teve apoio do PT, PMDB, PC do B, PR, PDT, PRB, PSC, PSB, PTC, PTN E PP.
 A eleição de Dilma Rousseff representa para muitos analistas, o desejo de continuidade das políticas econômicas e social do governo Lula.
 As principais propostas da sua campanha estão vinculadas com os programas do governo Lula, como:
 Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007, o programa é um pacote de investimentos em infraestrutura que visa melhorar a economia.
 Luz para Todos, programa criado em 2003, com o objetivo levar luz elétrica a toda à população que vive em zona rural.
 Bolsa Família, programa de transferência direta de renda que distribui anualmente cerca de 13 bilhões de reais para mais de 12 milhões de famílias.
 Houve ainda a valorização do salário mínimo, que segundo o Dieese teve aumento real, descontada a inflação de 53% entre 2003 e 2009, beneficiando 46 milhões de pessoas.
 O governo Lula avançou no combate à pobreza. Segundo o IBGE a desigualdade de renda diminuiu entre 2001 e 2009, devido aos programas sociais do governo. Quase 30 milhões de brasileiros deixaram a pobreza entre 2001 e 2009 e passaram a integrar a classe média, que engloba hoje mais da metade da população brasileira.
 A presidente Dilma terá muitos desafios pela frente. Apesar dos avanços na área social, ainda há 30 milhões de pobres e miseráveis.  Um sistema público de saúde precária, melhorar a qualidade da educação básica. No Brasil ainda são elevados os índices de repetência e de abandono da escolar. A necessária   Reforma na Previdência e no Sistema Tributário e manter a estabilidade econômica, ampliando as conquistas na área social, legadas pelo governo Lula. 
 Temos uma infraestrutura deficitária, principalmente de estradas, portos e aeroportos. Um desafio que precisa ser resolvido rapidamente para dois grandes eventos a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
20/01/11

Fontes consultadas:
<http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6178019,00.html > Acesso em: 20 de janeiro 2011.
Deutch Welle – autor Alexandre Schossler 31.10.2010/ Brasileiros optam pela continuidade e elegem Dilma presidente.

<http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6067396,00.html > Acesso em: 20 de janeiro 2011.
Deutch Welle – autor Alexandre Schossler 01.10.2010/ Brasil melhorou no governo Lula, mas desigualdade ainda é muito grande.

Infoescola/ autor: Fernando Rebouças

Em seu primeiro pronunciamento, Dilma destaca papel das mulheres:

Dilma é eleita primeira mulher presidente no Brasil:
Carlos Bencke e Maurício Savarese

O conflito na Libia

A Revolta na Líbia

Evolução dos acontecimentos:
Fevereiro
As manifestações na Líbia, ao contrário do que ocorreu na Tunísia e no Egito, evoluíram para uma guerra civil, e milhares de pessoas já morreram nos confrontos entre as forças rebeldes e as forças leais a Kadhafi, nos últimos sete meses de conflito.
Os protestos começaram em 15 de fevereiro de 2011, em Benghazi, após a prisão de um advogado ligado à causa dos Direitos Humanos. Os manifestantes exigiam a saída do ditador Muammar Kadhafi, mais abertura política, além de manifestarem sua insatisfação com a alta do preço dos alimentos, alto desemprego e corrupção.  
A reação do governo aos protestos foi violenta. Kadhafi chegou a usar aviões e tanques contra as multidões, na capital, Trípoli, em Benghazi (segunda maior cidade do país), e em outras áreas do país. Apesar da violência, das mortes e muitos feridos os protestos continuaram.
A situação de Muammar kadhafi foi ficando cada vez mais insustentável. Dentro do país, as tropas rebeldes assumiram o controle de cidades no leste e na região nordeste militares aderiram à revolta. No exterior, houve pressão diplomática para que Kadhafi deixasse o poder e o Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções contra Kadhafi e sua família. 
Em 27 de fevereiro, os rebeldes anunciaram a criação de um Conselho Nacional de Transição (CNT). A luta entre os rebeldes e os apoiadores de Muammar kadhafi foi se intensificando.
Março
 Diplomatas e membros do governo aderem ao movimento, inclusive o ministro da Justiça, Mustafá Abdel Jalil. Em pronunciamento na TV estatal, kadhafi desafia a oposição afirmando que iria “morrer como mártir”.
No dia 17 de março, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a Resolução 1973, criando uma zona de exclusão aérea para proteger áreas civis e autoriza o uso de forças contra o regime. Dois dias depois, EUA, Reino Unido, França, Itália e Canadá à frente, iniciam ataques contra alvos do governo.
Abril
Com a escalada dos conflitos, centenas de milhares de pessoas deixaram o país; a maioria dos refugiados foi para a Tunísia e o Egito.
 Mesmo com os ataques ocidentais tendo enfraquecido as tropas leais a Kadhafi, a oposição enfrenta dificuldades para avançar, entre avanços e recuos a guerra civil na Líbia vai se prolongando.
Maio
Em sua primeira aparição em um mês, Kadhafi pede um cessar-fogo, mas não dá sinais de que renunciará.
Junho
Após o aumento dos ataques aéreos por parte da OTAN, Kadhafi faz um discurso na TV dizendo que lutará até o fim.
A OTAN é criticada pela morte de civis e admite e lamenta as perdas.
O Tribunal Penal Internacional, em Haia, emite um mandado de prisão contra Kadhafi, seu filho Saif Al-Islam e o chefe de espionagem do país, Abdullah Al-Senussi.
Julho
Os EUA reconheceram o Conselho Nacional de Transição (CNT) dos rebeldes anti-Kadhafi, sediado em Benghazi, como um governo legítimo, um reforço diplomático que pode possibilitar a liberação de bilhões de dólares em bens congelados para os oposicionistas.
Agosto
Na segunda quinzena de agosto, os rebeldes anunciam que controlam Zawiyah, próximo à Trípoli. Em 23 de agosto eles entram na capital, e conquistam o complexo de Bab al-Aziziya, onde se localiza o palácio do governo.
Vários países e a ONU já se declaram a favor dos rebeldes e pedem a saída do ditador. No dia 23, eles invadem o QG do ditador, mas não o encontram. Kadhafi fala no rádio e promete resistir.   
Em 28 de agosto, os rebeldes anunciam que tinham a cidade de Trípoli sobre controle. Alguns membros da família de kadhafi fugiram então para a Argélia. O paradeiro de kadhafi continua incerto.
Setembro
Os rebeldes já controlam a maior parte da Líbia.
Em 13/09, partidários de kadafi controlam apenas quatro cidades em todo o país: Bani Walid, Sirte, Jufrah e Sabha.
Para controlar os rebeldes é necessária uma liderança política, que pode sair do Conselho de Transição Nacional (CTN), formado pelos revoltosos em Benghazi.
  Entre os candidatos mais cotados está Mustafá Abdul Jalil, ex-ministro da Justiça de Gaddafi e presidente do CTN. Ele prometeu eleições livres no prazo de oito meses. Mas no próprio conselho há facções divergentes, tanto religiosas quanto seculares, o que aumenta as incertezas quanto ao futuro do país.
Durante uma reunião de cúpula sobre a Líbia na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), Mustafá Abdel Jalil, presidente do CNT, afirmou que pelo menos 25 mil pessoas morreram no levante contra kadhafi e 50 mil ficaram feridas.
Combatentes do novo regime da Líbia tomaram (27/09), o controle do porto da cidade de Sirte, cidade natal de kadhafi. Em Sirte os partidários do governo de transição encontraram forte resistência de soldados leais a Kadhafi. Sirte, a leste da capital Trípoli, ainda é uma das últimas cidades em poder das forças leais a Kadhafi e milhares de civis ainda estão na cidade.
A liderança do Conselho Nacional de Transição anunciou o adiamento da formação de um novo governo até que o país esteja totalmente livre.
EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia, China, Turquia, Itália, Alemanha, Espanha, Catar, Jordânia, Japão, Tunísia, Egito, Marrocos, Bahrein, Níger, Colômbia, Brasil e União Africana, já reconhecem o CNT como representante do governo líbio.
A Líbia possui 6,4 milhões de habitantes e tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África. É o quarto maior produtor de petróleo da África, depois deNigéria, Argélia e Angola, com reservas estimadas em 42 bilhões de barris. A maior parte da produção é exportada para a Europa. A riqueza, porém, não é bem distribuída entre a população. Um terço vive na pobreza e a taxa de desemprego é de cerca de 30%. Esse é um dos principais motivos dos protestos.
Khadafi é o líder há mais tempo no poder na África e no Oriente Médio - desde 1969 - e um dos mais autocráticos. kadhafi assumiu o poder em 1º. de setembro de 1969, com apenas 27 anos, após um golpe de Estado que depôs a monarquia. Nas décadas seguintes, foi acusado de atentados terroristas e se tornou inimigo das potências ocidentais. Nos últimos anos, manobras políticas o reaproximaram do Ocidente.
Conclusão
A comunidade internacional já considera o governo líbio deposto, apesar do paradeiro de Kadhafi ser desconhecido. O desafio, agora, é constituir um novo governo em um país sem partidos políticos, Constituição e tradição democrática.
Data:01/10/2011

Fontes consultadas:

O Egito em conflito

A Revolta no Egito

 Os protestos no Egito começaram em 25 de janeiro, após uma mobilização convocada pela internet que reuniu milhares de egípcios na Praça Tahrir (libertação em árabe), no centro da capital, Cairo. Embora a polícia tenha tentado reprimir a manifestação com gás lacrimogêneo e jatos d'água, os manifestantes permaneceram na praça.
Outros protestos foram realizados nas principais cidades egípcias, em Alexandria, Suez e Ismaília, desafiando os toques de recolher impostos pelo governo. Os protestos foram em sua maioria pacíficos, mas a ONU estima que cerca de 300 pessoas morreram em duas semanas de confrontos relacionados às manifestações e cinco mil ficaram feridos.
Os motivos dos protestos foram a pobreza, a inflação, a exclusão social, a corrupção e o enriquecimento da elite política do país, a repressão do governo, fraudes eleitorais e exigiam a renúncia do presidente Hosni Mubarak, há trinta anos no poder.
Mubarak tentou manter-se no poder e evitar a renúncia. Prometeu não concorrer às eleições, marcadas para setembro de 2011, trocou o ministério e nomeou um vice-presidente Omar Suleiman (chefe dos serviços de inteligência do Egito), pela primeira vez em 30 anos de regime. Além do vice-presidente, nomeou um novo primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, antigo ministro da Aviação.
Na véspera de sua renúncia, Mubarak ainda fez um discurso na TV declarando que delegaria alguns poderes ao vice-presidente, Omar Suleiman, e faria reformas constitucionais (a Constituição vigente dá amplos poderes ao presidente). Omar Suleiman comandaria as negociações com a oposição, e com os novos ministros. O vice-presidente em sua primeira reunião com o novo gabinete ministerial prometeu investigar casos de fraude eleitoral e corrupção no serviço público. O governo continuou tentando conter os protestos impondo toques de recolher e bloqueando os serviços de telefonia celular e da internet.
As medidas tomadas e as promessas de Mubarak, não agradaram a oposição, que continuou a reunir centenas de milhares de manifestantes na Praça Tahrir. Sob pressão internacional dos EUA e dos líderes da União Européia, Grã-Bretanha e da ONU, para que renunciasse e sem o apoio das Forças Armadas, que sustentou sua ditadura por três décadas, Mubarak acabou renunciando ao cargo no dia 11 de fevereiro de 2011, após 18 dias de violentos protestos.
 O Egito exerce forte influência no Oriente Médio. Desde que chegou ao poder, Mubarak tem sido uma figura central na política da região e um importante aliado dos países ocidentais. O Egito e a Jordânia são os únicos países árabes a terem tratados de paz com Israel.
 Hosni Mubarak assumiu a presidência do Egito em 1981, após o assassinato do presidente Anwar Al Sadat, por extremistas islâmicos descontentes com o acordo de paz assinado com Israel em 1979. Permaneceu por 30 anos no poder e nesse período adotou medidas cada vez mais restritivas às liberdades políticas e civis, como justificativa para conter o terrorismo. Foi reeleito sucessivas vezes em eleições fraudulentas e com apoio das potências ocidentais.
 Após a renúncia de Mubarak, as Forças Armadas do país assumiram o poder através de um Conselho Militar do Egito, que governará o país até que eleições sejam realizadas. O Conselho dissolveu o Parlamento e o gabinete ministerial, ambos ligados ao ex-presidente. Prometeram revogar a Lei de Emergência, que há 30 anos restringe as liberdades civis e fazer um referendo para mudar a Constituição.
 Os conflitos e a renúncia de Mubarak afetaram a já debilitada economia, baseada no petróleo e no turismo. Várias categorias continuam em greve por melhores salários. A crise no Egito também teve efeitos nos mercados globais. Os valores das ações caíram nas principais bolsas do mundo, e o preço do petróleo atingiu o valor mais alto em dois anos.
 Mesmo após a renúncia de Mubarak, as manifestações continuam ocorrendo, devido a disputas pelo poder, entre religiosos e seculares, entre civis e militares.
Entre as camadas mais pobres é forte a influência da Irmandade Muçulmana, fundada em 1928, é o grupo fundamentalista islâmico mais antigo. A Irmandade criou recentemente, o Partido Liberdade e Justiça e é favorito nas eleições parlamentares previstas para novembro. Diz aceitar um Estado laico, mas o Islã deve continuar como religião oficial. Já as lideranças jovens resistem à criação de um Estado muçulmano.
 Data:01/10/2011
Fontes consultadas:

A Primavera Arabe

A Primavera Árabe

A Primavera Árabe é a série de revoltas que vêm ocorrendo desde 18 de dezembro de 2010, no Oriente Médio e no norte da África, contra regimes autoritários, que resultaram na derrubada dos presidentes da Tunísia, Egito e Líbia.
Os protestos populares iniciaram-se na Tunísia, com a chamada “Revolução de Jasmim”, e levaram a renúncia do presidente Zine Al-Abidine Ben Ali. Veja: A Crise na Tunísia.
Essas revoltas populares inspiradas no exemplo da Tunísia difundiram-se e provocaram crises em outros países da região, Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Síria, Arábia Saudita, Bahrein, Marrocos, Sudão e Omã. Países governados por monarquias absolutistas, ditaduras militares ou teocracias.  
Por décadas as populações desses países, suportaram a falta de liberdade em troca de estabilidade econômica. Mas nos últimos meses, a insatisfação com a alta do preço dos alimentos, o desemprego e a falta de perspectivas principalmente para os jovens, levou as mobilizações.  O crescimento da população mais jovem e mais instruída, que reivindica abertura democrática e a utilização da internet e das redes sociais (Youtube, Facebook, Twitter), pelos jovens que facilitou a mobilização do povo nas ruas.
O desafio após a queda dos regimes ditatoriais é se haverá o estabelecimento de um estado realmente democrático nesses países.
Data:01/10/2011
Fontes consultadas:

A vinda da família real para o Brasil


A Vinda da Família Real ao Brasil em 1808
No início do século XIX, a Europa estava agitada pelas guerras. Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu.
Em 1806, Napoleão Bonaparte, imperador da França, decretou o Bloqueio Continental, proibindo que qualquer país aliado ou ocupado pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. O objetivo do bloqueio era arruinar a economia inglesa. Quem não obedecesse, seria invadido pelo exército francês.
  Portugal viu-se numa situação delicada.   Nessa época, Portugal era governado pelo príncipe regente D. João, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, enlouquecera. D. João não podia cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental, pois tinha longa relação comercial com a Inglaterra, por outro lado o governo português temia o exército francês.
Sem outra alternativa, Portugal aceitou o Bloqueio, mas, continuou comercializando com a Inglaterra. Ao descobrir a trama, Napoleão determinou a invasão de Portugal em novembro de 1807. Sem condições de resistir à invasão francesa, D. João e toda a corte portuguesa fugiram para o Brasil, sob a proteção naval da marinha inglesa. A Inglaterra ofereceu escolta na travessia do Atlântico, mas em troca exigiu a abertura dos portos brasileiros aos navios ingleses.
A corte portuguesa partiu às pressas de Lisboa sob as vaias do povo, em 29 de novembro de 1807. Na comitiva vinha D. João, sua mãe D. Maria I, a princesa Carlota Joaquina; as crianças D. Miguel, D. Maria Teresa, D. Maria Isabel, D. Maria Assunção, D. Ana de Jesus Maria e D. Pedro, o futuro imperador do Brasil e mais cerca de 15 mil pessoas entre nobres, militares, religiosos e funcionários da Coroa. Trazendo tudo o que era possível carregar; móveis, objetos de arte, jóias, louças, livros, arquivos e todo o tesouro real imperial.
Após 54 dias de viagem a esquadra portuguesa chegou ao porto de Salvador na Bahia, em 22 de janeiro de 1808. Lá foram recebidos com festas, onde permaneceram por mais de um mês.
Seis dias após a chegada D. João cumpriu o seu acordo com os ingleses, abrindo os portos brasileiros às nações amigas, isto é, a Inglaterra. Eliminando em parte o monopólio comercial português, que obrigava o Brasil a fazer comércio apenas com Portugal.
Mas o destino da Coroa portuguesa, era a capital da colônia, o Rio de Janeiro, onde D. João e sua comitiva desembarcaram em 8 de março de 1808 e onde foi instalada a sede do governo.
Na chegada ao Rio de Janeiro, a Corte portuguesa foi recebida com uma grande festa: o povo aglomerou-se no porto e nas principais ruas para acompanhar a Família Real em procissão até a Catedral, onde, após uma missa em ação de graças, o rei concedeu o primeiro "beija-mão".
A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro provocou uma grande transformação na cidade.  D. João teve que organizar a estrutura administrativa do governo. Nomeou ministros de Estado, colocou em funcionamento diversas secretarias públicas, instalou tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil (1808).
Era preciso acomodar os novos habitantes e tornar a cidade digna de ser a nova sede do Império português. O vice-rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu sua residência, O Palácio dos Governadores, no Lago do Paço, que passou a ser chamado Paço Real, para o rei e sua família e exigiu que os moradores das melhores casas da cidade fizessem o mesmo. Duas mil residências foram requisitadas, pregando-se nas portas o "P.R.", que significava "Príncipe Regente", mas que o povo logo traduziu como "Ponha-se na Rua". Prédios públicos, quartéis, igrejas e conventos também foram ocupados. A cidade passou por uma reforma geral: limpeza de ruas, pinturas nas fachadas dos prédios e apreensão de animais.
As mudanças provocaram o aumento da população na cidade do Rio de Janeiro, que por volta de 1820, somava mais de 100 mil habitantes, entre os quais muitos eram estrangeiros – portugueses, comerciantes ingleses, corpos diplomáticos – ou mesmo resultado do deslocamento da população interna que procurava novas oportunidades na capital.
As construções passaram a seguir os padrões europeus. Novos elementos foram incorporados ao mobiliário; espelhos, bibelôs, biombos, papéis de parede, quadros, instrumentos musicais, relógios de parede.
Com a Abertura dos Portos (1808) e os Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade (1810) estabelecendo tarifas preferenciais aos produtos ingleses, o comércio cresceu. O porto do Rio de Janeiro aumentou seu movimento que passou de 500 para 1200 embarcações anuais.
A oferta de mercadorias e serviços diversificou-se. A Rua do Ouvidor, no centro do Rio, recebeu o cabeleireiro da Corte, costureiras francesas, lojas elegantes, joalherias e tabacarias. A novidade mais requintada era os chapéus, luvas, leques, flores artificiais, perfumes e sabonetes.
Para a elite, a presença da Corte e o número crescente de comerciantes estrangeiros trouxeram familiaridade com novos produtos e padrões de comportamento em moldes europeus.  As mulheres seguindo o estilo francês; usavam vestidos leves e sem armações, com decotes abertos, cintura alta, deixando aparecer os sapatos de saltos baixos. Enquanto os homens usavam casacas com golas altas enfeitadas por lenços coloridos e gravatas de renda, calções até o joelho e meias. Embora apenas uma pequena parte da população usufruísse desses luxos.
Sem dúvida, a vinda de D. João deu um grande impulso à cultura no Brasil.
Em abril de 1808, foi criado o Arquivo Central, que reunia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas. Em maio, D. João criou a Imprensa Régia e, em setembro, surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo vieram livros didáticos, técnicos e de poesia. Em janeiro de 1810, foi aberta a Biblioteca Real, com 60 mil volumes trazidos de Lisboa.
Criaram-se as Escolas de Cirurgia e Academia de Marinha (1808), a Aula de Comércio e Academia Militar (1810) e a Academia Médico-cirúrgica (1813). A ciência também ganhou com a criação do Observatório Astronômico (1808), do Jardim Botânico (1810) e do Laboratório de Química (1818).
Em 1813, foi inaugurado o Teatro São João (atual João Caetano). Em 1816, a Missão Francesa, composta de pintores, escultores, arquitetos e artesãos, chegaram ao Rio de Janeiro para criar a Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. Em 1820, foi a vez da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura-civil.
A presença de artistas estrangeiros, botânicos, zoólogos, médicos, etnólogos, geógrafos e muitos outros que fizeram viagens e expedições regulares ao Brasil – trouxe informações sobre o que acontecia pelo mundo e também tornou este país conhecido, por meio dos livros e artigos em jornais e revistas que aqueles profissionais publicavam. Foi uma mudança profunda, mas que não alterou os costumes da grande maioria da população carioca, composta de escravos e trabalhadores assalariados.
Com a vitória das nações européias contra Napoleão em 1815, ficou decidido que os reis de países invadidos, pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos.
D. João e sua corte não queriam retornar ao empobrecido Portugal. Então o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves (uma região ao sul de Portugal). O Brasil deixava de ser Colônia de Portugal, adquiria autonomia administrativa.
Em 1820, houve em Portugal a Revolução Liberal do Porto, terminando com o Absolutismo e iniciando a Monarquia Constitucional. D. João deixava de ser monarca absoluto e passava a seguir a Constituição do Reino. Dessa forma, a Assembléia Portuguesa exigia o retorno do monarca. O novo governo português desejava recolonizar o Brasil, retirando sua autonomia econômica.
Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às pressões, volta a Portugal, deixando seu filho D.Pedro como príncipe regente do Brasil.
28/01/08

A Rainha Negra do Tijuco


A ex. escrava Chica da Silva sendo conduzida por suas escravas.Fonte:Cristinavela.blogspot.com

Entre as personagens históricas do Brasil colonial, uma que se tornou famosa é Chica da Silva. Chica era escrava e tinha entre 18 e22 anos quando o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira a comprou de seu antigo dono e a libertou.
João Fernandes e Chica da Silva viveram em concubinato por 16 anos e tiveram 13 filhos.
A única maneira de mulheres negras ou mulatas conseguirem ascender socialmente era através do concubinato. Como no Distrito Diamantino havia poucas mulheres brancas em relação ao número de homens, e os casamentos inter-raciais eram proibidos, a possibilidade de concubinato era grande.
Chica da Silva era proprietária de um grande sobrado, tinha roupas finas, joias e numerosos escravos. Adquiriu importância social na fechada sociedade de Diamantina graças ao seu relacionamento estável com o homem mais poderoso do Distrito Diamantino.
A personagem entrou para o imaginário nacional por meio de um filme dirigido por Cacá Diegues em 1976, Xica da Silva, estrelado por Zezé Motta. Entre 1996 e 1997 foi levada ao ar a novela Xica da Silva. Produzida pela extinta TV Manchete, o papel principal foi protagonizado por Tais Araújo. Tanto o filme como a novela retrataram Chica como uma mulher sensual, de imenso apetite sexual e perversidade equivalente.


 
lagem da frente da casa onde viveu Xica da Silva.Fonte:viagemesabor.com.br
 
Desconstruindo o mito

Com base em inúmeras pesquisas, a historiadora Júnia Furtado desconstruiu essa imagem. No livro Chica da Silva e o contratador de diamantes: o outro lado do mito (São Paulo: Cia. das Letras,2003), a historiadora afirma que Chica não foi muito diferente de outras negras libertas de sua época. Não era uma devoradora de homens, tampouco uma mulher perversa. Também não foi uma heroína da causa negra, como defendem alguns. Chica da Silva teve muitos escravos e não alforriou nenhum.
A alforria e o concubinato com o contratador de diamantes foram formas de Chica da Silva incorporar valores da elite branca e possibilitar sua inserção, assim como a de seus descendentes na sociedade mineradora.
O casal Chica da Silva e João Fernandes deu educação formal a todos os filhos. Após o retorno de João Fernandes a Portugal, Chica da Silva manteve seus bens e a sua posição social até morrer, em 1796.


Um fato incomum

Fonte: redemanchet.net
 
A história de Chica da Silva e João Fernandes de Oliveira ilustra o desenvolvimento do arraial do Tijuco, no coração do Distrito Diamantino. Para lá, onde em 1729 foram encontrados diamantes, logo foram enviados os contratadores. Eles organizariam a exploração das pedras para o governo de Lisboa, para onde enviariam o quinhão reservado à Metrópole.
Um dos contratadores foi o pai de João Fernandes, que, ao chegar de Portugal, encontrou uma arraial habitado principalmente por mulheres negras. Portanto, eram comuns as relações entre brancos e negras. João Fernandes veio ao Brasil substituir o pai. Conheceu Chica, comprou-a e deu-lhe alforria, um fato incomum entre os proprietários mineiros.

Até aqui, texto extraído do livro de Ensino Médio História SerProtagonista, organizado por Fausto Henrique Nogueira e Marcos Alexandre Capellari, edições SM, São Paulo,2010.


Um pouco mais de Chica da Silva

Seu nome era Francisca, sendo filha de Maria da Costa (negra) e do português Antônio Caetano de Sá. Era escrava de Mauel Pires Sardinha, com quem teve um filho, o Simão, libertado pelo pai logo após o batismo. Em 1753, foi comprada e alforriada por João Fernandes de Oliveira. Passou a ser chamada de Francisca da Silva  de Oliveira. Viveu com o português entre 1753 e 1770. Teve com ele 13 filhos, todos reconhecidos por João Fernandes. Noentanto nunca casou com Chica da Silva, nome pelo qual ficou conhecida.
Chica da Silva adotou os costumes dos grupos de elite de Minas Gerais. Aprendeu a ler e a escrever, foi proprietária de muitos escravos e de  uma casa com capela.
João Oliveira voltou a Portugal em 1770, mas manteve contato e deu  apoio a todos os filhos, concendendo dotes às filhas que casaram com pessoas da elite. Chica morreu em 1796, recebendo cortejo fúnebre de elite.
Durante sua vida Chica comportou-se não como uma ex-escrava comum da época. Após sua alforria, conseguiu prestigio social na sociedade mineira. 

Entradas e Bandeiras


Imagem que representa o bandeirante Domingos Jorge Velho. Fonte:  blog.educacional.com.br




Entradas e bandeira foram expedições de desbravamento do interior do Brasil realizadas entre o século XVII e XVIII, geralmente a partir da capitania de São Vicente, em direção a todas as regiões do país. De maneira geral, dizemos que entradas eram as campanhas oficiais financiadas pelo governo, elas partiram da Bahia, Espírito Santo, Ceará, Sergipe e Pernambuco para o interior com a missão de descobrir metais e pedras preciosas; já as bandeiras resultavam da iniciativa de particulares. Os principais objetivos das bandeiras eram: a caça ao índio, a busca por metais preciosos e o sertanismo de contrato. Elas também contribuíram muito para a conquista de novos territórios, desconsiderando a linha de Tordesilhas, resultaram no maior ciclo de expansão dos domínios portugueses na América.

A expansão bandeirante

A pobreza da inicialmente próspera capitania de São Vicente, diante do sucesso do empreendimento açucareiro no nordeste, levou à organização de bandeiras.
Caça ao índio: Nas últimas décadas da União Ibérica(1580-1640), época em que Portugal estava submetido ao domínio espanhol, os holandeses tomaram dos portugueses os principais pontos de tráfico de escravo na costa da africana. Com exeção de Pernambuco, que também estava  sob o domínio holandês, a Colônia não tinha acesso a carregamentos de escravos.A solução encontrada foi a substituição dos negros pelos indígenas. Além da experiência dos vicentinos em organizar expedições para a caça de índios desde o ínicio da colonização, o fato da região ficar longe da metrópole, e o solo não ser muito  bom para à cana-de- açúcar levou os Paulista a buscarem novas alternativas econômicas.
Muitas bandeiras atacaram as missões jesuíticas do oeste e sul da Colônia, capturando  dezenas de milhares de nativos. Os indígenas aculturados tinham valor mais alto que os demais, por estarem mais  adaptados ao trabalho agrícola segundo o modelo europeu.
A atividade apresadora de indígenas entrou em decadência com o fim do domínio espanhol e a retomada do comércio de africanos pelos portugueses, normalizando o abastecimento de escravos para a Colônia. As incursões eram comandadas por portugueses ou descendentes desses, como António Raposo Tavares e Fernão Dias Pais Leme.

Há diversas pinturas na biblioteca monástica paulistana. Dentre elas destaco um quadro trasladação dos restos mortais do bandeirante Fernão Dias Paes leme para o interior da Igreja do Mosteiro no Século XVII. Sua sepultura encontra-se no transcepto da Basílica do Mosteiro até hoje.  No quadro pintado por Joaquim da Rocha Ferreira em 1953, dá para perceber a antiga edificação do Mosteiro paulista, demolido no início do Século XX para a construção do prédio atual.
Fonte:Culturageralsaibamais.wordpress.com


Em busca do ouro

Em 1648, Portugal retomou o controle sobre o tráfico negreiro no Atlântico. Paralelamente, a produção de açúcar, então principal atividade econômica da colônia, começava a entrar em decadência. Os dois fatores contribuíram para surgimento de um novo tipo de expedição, asbandeiras de prospecção, que buscavam metais preciosos, com o incentivo da coroa portuguesa. As primeiras rumaram ao atual estado de Minas Gerais, permitindo o surgimento da intensa atividade mineradora que ali se desenvolveu no século XVIII. Em seguida, direcionaram-se a Mato Grosso e a Goiás, onde também encontraram ouro. Os principais líderes foram: Bartolomeu Bueno da Silva, Fernão Dias Pais Leme e Manuel de Borba Gato.

 


Manuel de Borba Gato, genro de Fernão Dias.Fonte: Flick.com
As descobertas de Borba Gato levaram o governo do RJ a perdoá-lo pelo assassinato de Rodrigo Castel-Branco




Sertanismo de Contrato

Por conhecer bem os sertões, muitos bandeirantes foram contratados por fazendeiros para combater índios e negros que resistiam à escravidão. As mais conhecidas foram as comandadas pelo Paulista Domingos Jorge Velho, nas décadas de 1680 e 90, e resultaram na destruição do Quilombo dos Palmares. Os bandeirantes receberiam, pelo trabalho prestado, sesmarias na área do quilombo e um quinto da riqueza tomada aos negros, além de uma gratificação por escravo devolvido. Seus eventuais crimes seriam perdoados pelo governador e pelo ouvidor-geral.

O Mito dos heróis bandeirantes

"As bandeiras procuravam riquezas, submetendo nativos e escravos fugidos e descobrindo metais preciosos. A versão histórica de glorificação desses aventureiros desbravadores de nosso território surgiu no século XIX. O viajante francês Saint Hilaire, que esteve no Brasil entre 1816 e 1822, escreveu sobre a expansão interiorana dos paulistas, enfatizando a coragem desses conquistadores e referindo-se a eles como "uma raça de gigantes". Outros historiadores seguiram pelo mesmo caminho, exaltando os feitos dos bandeirantes, transformando-os em homens cultos, ricos e "heróis da pátria". Contudo, considerando-se que, dos séculos XVI ao XVIII, o Brasil ainda era português, não se sustenta essa ideia de "heróis nacionais". E mais: os bandeirantes primaram pelo uso da violência, escravizando indígenas e atacando jesuítas e escravos rebelados. Por fim, ao contrário do mito construído, não predominava a riqueza na região paulistana dos bandeirantes, pois em boa parte eles haviam sido pequenos lavradores desejosos de mão de obra escrava indígena e pequenos comerciantes que procuravam a fortuna rápida."
Trecho do livro de Cláudio Vicentino História Geral e do Brasil. ed. Scipione, São Paulo, 2011, pg.104.